sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Com poucos pontos de coleta, lixo eletrônico é jogado nas ruas de São Paulo


Metais pesados misturado com lixo comum no bairro da Liberdade
O lixo eletrônico possui componentes que são tóxicos e lesáveis ao nosso corpo. Ele age indiretamente e diretamente por meio dos metais pesados como chumbo, mercúrio, cádmio entre outros. Materiais como pilhas, baterias, celulares, computadores, televisores, DVD´s, CD`s, rádios, lâmpadas fluorescentes e diversos, podem contaminar o solo e atingir o lençol freático se não tiverem um desmembramento adequado.

Segundo a ONG Greenpeace, são produzidos todos os anos, cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico, o que corresponde a 5% de todo o resíduo lançado na terra. Parte deste entulho pode ser utilizado em equipamentos novos ou reciclado em outros produtos.

De acordo com a professora de Ciências Biológicas da Universidade São Judas Tadeu, Solange Castanheira, o maior problema não está na manipulação do aparelho eletrônico e sim, no momento em que ele está despedaçado no lixão. “A ideia é separar o material eletrônico e enviar para um posto de coleta que desmonte e separe os componentes.” Em contanto com o ar, as águas e o solo, essas substâncias encontradas nos metais pesados depois de degradados no meio ambiente, podem ocasionar distúrbios no sistema nervoso, problemas renais, pulmonares, câncer e outras doenças, inclusive, afetar o cérebro, lembra a professora.

Para o jornalista Vinicius Veloso, além do gás metano encontrado nos lixões, procurar locais adequados para descartar estes materiais é viável para evitar problemas com a saúde. A lei complementar 13.576, criada pelo ex-governador de São Paulo, José Serra, estabelece normas e procedimentos para a reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico.

Solange frisa a importância dessa norma e lembra que a cidade de São Paulo sai na frente em relação à coleta de outros estados brasileiros. “O serviço público ainda não está preparado para o descarte desses detritos, apesar de existir alguns postos de coletas de materiais recicláveis e de pilhas. Com ações pontuadas, a população de um modo geral, não está consciente do tamanho do problema”, explica. Na mesma linha, Veloso cita que o problema está na falta de informação e divulgação. 

Em 2011, a prefeitura de São Paulo, juntamente com a Associação Brasileira de Empresa de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e a empresa de engenharia ambiental Silcon, assinaram um convênio para implantação de caçambas móveis para descarte de materiais eletrônicos ou produtos similares. 

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