sexta-feira, 19 de março de 2010

Engenheiro civil reforça medidas contra tremores

Formado em 1986 pela Universidade Federal do Piauí, com um mestrado e um doutorado, Anísio relata suas principais metas de custo baixo

A ocorrência de fenômenos naturais, como terremotos, levou cientistas de todo mundo a discutirem normas de segurança para a contrução civil. As soluções preventivas contra um colapso das estruturas, devem ser concebidas ainda na fase de projetos. Intervenções corretivas, nem sempre alcançam a eficácia desejada.

O engenheiro Civil, Anísio Meneses, 46 anos, afirma que "o uso do reforço estrutural por cinturão externo de concreto de aço em prédios já abalados, com um tempo, detém um desmoronamento iminente, comprometendo o valor estético das fachadas e até limitar o seu uso", diz ele.

O Brasil não tem um histórico de tremores em magnitude capaz de provocar o colapso nas estruturas de edifícios executados no padrão da norma. Segundo Meneses, "não há falhas geológicas conhecidas que atravessam nosso território, porém, podem ser sentidos efeitos secundários, ou mesmo sismos de pequena magnitude", completa.

Diante das transformações climáticas com repercurssão em diversos outros fenômenos naturais, é natural que haja uma preocupação crescente para a mitigação dos impactos. A comunidade técnica, deve estar preparada para a assimilação de novas técnicas construtivas que atenuem os riscos e assegurem a sustentabilidade ambiental.

No dimensionamento estrutural das edificações, os efeitos sismológicos não costumam ser levados em conta. O engenheiro Anísio, informa "que essa ainda é uma área pouca estudada nas escolas de engenharia do Brasil", justifica.

A norma atual de projeto de estruturas de concreto armado, a NBR - 6118, da ABNT, (Associação Brasileira de Normas Técnicas) não inclui requisitos exigíveis para evitar os estados limites gerados por sismos. E que, há uma vasta área para consolidação do conhecimento técnico, e a incorporação de novos paradigmas nas práticas correntes.

Por Renato Ricarte

quinta-feira, 11 de março de 2010


Feiras livres da capital funcionam com horários reduzidos

Para boa parte dos feirantes, nova lei derruba ainda mais o movimento e 40% do faturamento

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), determinou uma série de alterações no funcionamento das feiras livres. O novo decreto estabelece que os feirantes façam o descarregamento dos equipamentos, da carga, e a montagem das bancas, das 6h às 7h30. O horário máximo de funcionamento da feira vai até as 13h30, quando deve começar a desmontagem das barracas para que as ruas estejam totalmente liberadas até as 15h.
          Foto Divulgação 
Segundo a prefeitura, a mudança tem dois objetivos. O primeiro é agilizar a coleta de resíduos para evitar que os sacos fiquem à mercê das enxurradas e agravem o já complicado problema das enchentes. O outro seria liberar as ruas mais rapidamente, uma tentativa de evitar os congestionamentos.

Não é a primeira vez que a prefeitura investe contra os feirantes. Em abril de 2007, uma lei proibiu que os cerca de 11 000 vendedores gritassem em alto e bom som ou com aparelhos sonoros as qualidades e os preços de seus produtos. Um ano depois, a fiscalização fechou o cerco contra as barracas, especialmente as de pastel que espalhavam banquinhos pela calçada, atrapalhando a circulação dos pedestres.
Agora, quem descumprir o novo decreto poderá arcar com multa que estabelece punições que variam da suspensão da feira, à sua extinção. A multa por recolhimento de lixo é de R$ 67 e a por desativação atrasada é de R$ 250 para o feirante. Para uma grande parte dos feirantes, o movimento caiu cerca de 40% com a determinação do novo decreto.

Hoje, são mais de 903 feiras livres espalhadas nos bairros da capital. A responsabilidade de fiscalizar caberá aos 700 fiscais municipais, que devem ganhar ajuda de trinta outros agentes da supervisão municipal de abastecimento da prefeitura.


Foto Divulgação


Números das feiras livres paulistanas
20% das 903 feiras livres da cidade funcionam aos domingos.

8 000 paulistanos, em média, circulam diariamente por elas.

40% das feiras ficam na Zona Leste — a Penha é o bairro com a maior concentração delas.


150 ruas são ocupadas diariamente por esses mercados ao ar livre, exceto nas segundas-feiras.


As 43 858 barracas somam 233 000 metros lineares, o equivalente ao comprimento de oitenta avenidas Paulista.


Com 163 bancas, a feira da Avenida Miguel Stéfano, no Jabaquara, é a maior de São Paulo.


15 000 reais é o preço de uma licença para uma banca de 8 metros de comprimento por 2 de largura em bairros do centro expandido.


2 000 reais por dia é quanto fatura, em média, uma barraca de pastel.



Por Renato Ricarte